quinta-feira, 29 de março de 2012

O que é um óbolo? E uma dracma? E um talento?

Quais as relações entre os valores das moedas citadas nos Evangelhos?

Uma das passagens mais citadas do Evangelho de Jesus refere-se ao óbolo da viúva.
Em O Evangelho segundo o espiritismo, encontramos um estudo sobre ela no Capítulo XIII - "Não saiba a vossa mão esquerda o que dá a vossa mão direita".
É bastante conhecida também a parábola da dracma perdida, narrada no Evangelho de Lucas.
Já o talento aparece na parábola dos talentos, sobre um senhor que, ao sair em viagem, entrega diferentes valores aos seus empregados. O primeiro e o segundo investem e dobram o valor recebido, enquanto o terceiro decide enterrar o talento recebido, por medo de perdê-lo. O senhor então retira dele o talento e o entrega ao primeiro. Em O Evangelho segundo o espiritismo, ela se encontra no Capítulo XVI - "Não se pode servir a Deus e a Mamon".

Unidades monetárias

O óbolo, a dracma, o estáter, a mina e o talento são unidades monetárias da Grécia Antiga, utilizadas também pelos romanos.
Uma dracma equivalia a um denário dos romanos e a um dia de salário, segundo Tucídides (historiador grego). Ela aparece na parábola da dracma perdida, que James Tissot capturou nesta pintura.

A dracma perdida (1886-1894), de James Tissot , do acervo do Museu do Brooklyn, Nova York

Já o óbolo era a moeda de menor valor, correspondendo a 1/6 de um dracma. Como o valor do metal empregado na cunhagem tinha relação com o valor, o óbolo continha 0,5 grama de prata.

Óbolo de prata, emitido entre 510-490 a.C.
O talento, por sua vez, era usado para quantificar grandes somas em dinheiro.
Moeda que representa um talento
www.saberweb.com.br.

A proporção entre estes valores nos revela uma possível intenção do Mestre.
Segundo o site Grecia Antiqua, a dracma (ou denário) valia seis óbolos; uma mina valia 100 dracmas (ou denários) e o talento valia cerca de 60 minas. Ou seja, podemos dizer que um talento valia cerca de 36000 óbolos!
Tal proporção mostra, por meio de uma imagem monetária, a proporção entre o que recebemos dos bens do Universo e o que se espera que doemos, desde que imbuídos do mais profundo sentimento. "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração, como ao Senhor, e não aos homens" (Colossenses, 3:24).
Ela também oferece uma ideia da nossa pequenez perante o Criador de todas as coisas.

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